A Devoção ao Sagrado Coração: dádiva boa e dom perfeito.

“Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm do alto: descem do Pai das luzes, no qual não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade”. Tg 1, 17.
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus é dádiva boa e dom perfeito e, por isso mesmo, deve ser assumida e propagada com autenticidade para não resvalar em sentimentalismo ou pieguismo superficial.
O Sagrado Coração de Jesus é o próprio Cristo considerado na totalidade do seu ser: Filho de Deus, Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem. Ele convida seus discípulos a uma vida de íntima comunhão com Ele mesmo: “Vinde a mim…”, “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração” Mt 11,29, Coração transpassado e ressuscitado – “olharão

para aquele que transpassaram” Jo 19,37… “coloca aqui o teu dedo e a mão em meu lado (transpassado) Jo 20, 27. “ Um dos soldados transpassou-lhe o lado e do seu coração, jorraram sangue e água. Jo 19,33.
Portanto, no centro do mistério da morte de Jesus Cristo está o seu coração – seu amor.
A fé no amor de Jesus (no seu Sagrado Coração) deve aprofundar a nossa devoção para que saibamos e sintamos o que é essencial à vida cristã: o mistério do amor.
Já em 1765, em 25 de janeiro, o Papa Clemente XIII aprovou a festa litúrgica do Sagrado Coração, para a Polônia e a Confraria do Sagrado Coração. Em 1856, Pio IX prescreveu tal celebração para toda a Igreja. Em 1899, Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus, como remédio contra os males, as injustiças da época. Mas foi o Papa Pio XII que, em 1956 publicou a Encíclica “Haurietis aquas” no centenário da instituição da festa do Sagrado Coração de Jesus, explicitando os fundamentos bíblicos e teológicos da devoção ao Sagrado Coração. Forneceu a toda a Igreja orientações sólidas, pois alguns teólogos tinham dificuldades para aceitar essa devoção e a consideravam pieguismo e sentimentalismo.
Pio XII proclamou: “Todas as bênçãos que, do céu, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus derrama sobre as almas dos fiéis purificando-os, trazendo-lhes uma grata consolação celeste e exortando-os a alcançar todas as virtudes, são verdadeiramente inumeráveis”.
“O Coração de Jesus é o sinal natural e o símbolo do seu amor sem limites para com a humanidade”.
Na historia da Igreja, muitos santos testemunharam sua devoção ao Coração de Jesus, desde a Idade Média: Santa Matilde, Santa Catarina de Sena, Santa Gertrudes, São Bernardo, São Boaventura, mostrando ser Jesus a fonte do amor infinito. Destacam-se também São Felipe Néri, Santo Inácio de Loiola. Santa Gertrudes, a quem Jesus se manifesta, compôs uma oração: “Eu vos saúdo, ó Sagrado Coração de Jesus, fonte viva e vivificante de vida eterna, tesouro infinito de bondade, fornalha ardente do amor de Deus!”.
Importante e fundamental para nossa devoção ao Sagrado Coração de Jesus são as mensagens do próprio Jesus transmitidas a Santa Margarida Maria Alacoque em suas aparições em 1673, 1674 e 1675, incumbindo-a de divulgar e propagar no mundo essa devoção. Nelas, Jesus indicou o seu próprio Coração como símbolo para estimular os homens ao conhecimento e à estima do seu amor; apresenta seu coração como sinal e garantia da misericórdia de Deus. É na Eucaristia que Ele se entrega totalmente ao Pai como sacrifício e inteiramente a nós como alimento. Que o Coração Eucarístico de Jesus faça o nosso coração, semelhante ao dele!

Monsenhor Nivaldo Resstel, Reitor do Santuário Sagrado Coração de Jesus

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