Bendita és Tu entre todas as mulheres!

Maria é a mais bela das criaturas de Deus. O Senhor escolheu-A para Sua mãe. No Seu seio puríssimo viveu como num sacrário durante nove meses. O Seu Corpo, agora presente na Eucaristia, é o mesmo que dela nasceu. É o mesmo que ressuscitou, vencendo a morte e subindo ao Céu.

O Senhor quis glorificar aquela que não tinha sido manchada pelo pecado, causador da morte e da corrupção, levando-a em corpo e alma para o Céu. Hoje glorificamos a Mãe de Deus e glorificamos a vitória do Seu Filho sobre a morte e o pecado.
É para nós ocasião de aprofundarmos a nossa fé nestas verdades que a Igreja, guiada pelos ensinamentos de Deus, proclama desde os primeiros séculos.
É para nós também ocasião de avivarmos a nossa esperança. A ressurreição de Jesus e a assunção da Virgem ao Céu são como que as primícias da sorte maravilhosa que nos espera. Também nós estaremos com Ela no Céu e também o nosso corpo será restituído à vida e glorificado um dia.
Enchamo-nos de alegria ao celebrar esta festa tão bonita e tão antiga de Nossa Senhora. A Igreja celebra-a pelo menos desde o século VI. A maior parte das catedrais da Idade Média foram dedicadas à Assunção de Maria. Sinal da fé e do amor do povo cristão.
Pio XII, antes de proclamar como dogma esta verdade, comprovou a fé de toda a Igreja, consultando os bispos de todo o mundo. As cartas recebidas foram quase unânimes na manifestação da crença do povo de Deus nesta verdade que o papa proclamou em 1 de Novembro de 1950: ”Pela autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo e dos bem aventurados Apóstolos Pedro e Paulo e também pela nossa proclamamos, declaramos e definimos ter sido divinamente revelado o dogma de que Imaculada sempre Virgem Maria Mãe de Deus, terminado o curso da Sua vida na terra, foi elevada em corpo e alma à glória do Céu” (Const. Apostólica Munificentissimus Deus, em AAS 43 (1951) 638).
No mesmo documento Pio XII lembra os textos dos Santos Padres que testemunham a Tradição da Igreja, que afirmam esta verdade revelada, terminando assim: “Desde o século II a Virgem Maria é apresentada pelos Santos Padres como a nova Eva, estreitamente unida ao novo Adão, embora a Ele sujeita. Mãe e Filho aparecem intimamente unidos na luta contra o inimigo infernal, luta essa que, como foi preanunciado no Proto-evangelho, havia de terminar na vitória completa sobre o pecado e a morte“ (Ibid)
O Evangelho (Lucas 1,39-56) apresenta-nos a cena tão bela da visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel. A mãe do precursor, cheia do Espírito Santo dirige a Maria os mais belos elogios. Guiada também pelo Espírito de Deus, a Santa Igreja continuou ao longo dos séculos a louvar a Mãe do Senhor.
Ao ouvir aqueles elogios Maria não nega que sejam verdade. Diz mesmo que todas as gerações A chamarão bem aventurada. Mas encaminha para Deus todos os louvores: «A Minha alma glorifica o Senhor e o Meu espírito se alegra em Deus Meu Salvador…O Todo poderoso fez em Mim maravilhas: santo é o Seu nome»
A Virgem é para nós modelo da verdadeira humildade. Esta não consiste em negar as coisas boas que recebemos, mas em encaminhar para Deus, que no-las deu, os louvores recebidos. Escolhida para Mãe de Deus, foi pôr-se ao serviço da prima durante três meses, como simples criada, para a ajudar.
Contemplemos uma vez e outra o exemplo da nossa Mãe. Está tão perto de Deus. É a criatura mais perfeita, revestida da dignidade maior concedida a uma criatura. Ao mesmo tempo é a mais humilde, mais perto de cada um de nós: pelo Seu trabalho, que foi igual ao de tantas mulheres, pela Sua simplicidade, pelo Seu amor a cada homem, que o Senhor Lhe entregou como Seu filho.
Dom Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen/RS
Fonte: http://www.encontrocomobispo.org/

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