Pe. Luiz Henrique concede entrevista à Pascom e fala sobre sua vocação e passagem por Vera Cruz

A Pastoral da Comunicação entrevistou o Padre Luiz Henrique de Araújo no dia 18 de agosto, data em que celebrou a sua primeira Missa no Santuário Sagrado Coração de Jesus. Confira a entrevista abaixo:

Pascom – Padre Luiz Henrique, como iniciou sua vocação?

Pe. Luiz Henrique Minha vocação teve início em Junqueirópolis, lá pelos meus 12 anos de idade. Sempre sonhei ser piloto de avião. Todavia, durante minha caminhada, senti o desejo de me tornar coroinha e, graças às Irmãs da Misericórdia, pude realizar este sonho. Lembro-me que as Irmãs pediam para que levássemos a túnica de coroinha para casa a fim de lavá-la. Foi assim que comecei a “brincar” de celebrar a Santa Missa: colocava minha túnica, pegava uma fita, e a fazia de estola. Com um pilão, suco de uva e uma bolacha cortada no formato redondo, brincava de ser padre. Também, quando coroinha, percebia que, quando o padre levantava a hóstia consagrada, sentia algo que tocava meu coração. Portanto, minha vocação teve início através da Eucaristia. Às vezes me indagava: “Por que este desejo de me tornar sacerdote?”. Negava no começo, mas, um dia, quando fui me confessar com o padre Sérgio, que hoje se encontra em Marília, disse a ele: “Pe. Sérgio, estou brincando de Missa e acho que quero ser sacerdote”. A partir deste momento, a ideia foi amadurecendo. Conversava bastante com as irmãs, estava sempre ao lado do padre e em toda missa que era celebrada, participava. Fiz encontros vocacionais e assim minha vocação foi se tornando madura. Com 17 anos, no ano de 2004, entrei no seminário.

Pascom – A comunidade de Vera Cruz participou e participa da sua vida. Aqui você exerceu seu primeiro trabalho pastoral como seminarista, e agora retorna ao Santuário Sagrado Coração de Jesus para celebrar e agradecer todo este caminho que trilhou até a sua ordenação sacerdotal. Como foi sua passagem aqui por vera Cruz e o que mais o marcou neste tempo?

Pe. Luiz Henrique – Vera Cruz ficou marcada porque aqui realizei minha primeira pastoral como seminarista. Foi nos anos de 2005 e 2006. Lembro-me do Padre Evandro, que na época era seminarista, do Padre Rui, que estava chegando aqui nesta comunidade, da Dona Geralda, mãe do Pe Rui e do Pe Mauricio Pilon. Foi, portanto, um momento muito importante na minha vida. Pensava: “O que será que vou fazer?”, “Como é ser seminarista executando o trabalho pastoral?”. Foi muito boa minha passagem por esta comunidade porque a convivência foi muito boa. Chegava aqui em Vera Cruz sexta-feira à noite, com a Professora Sueli Zancheta. Era muito gostosa a convivência com o Pe Rui, com o Pe Evandro, com a Dona Geralda e com o Pe Maurício. Tudo que eu fazia era novo para mim. As celebrações solenes no Santuário me marcaram muito, principalmente a festa de Corpus Christi e a Romaria. Lembro me bem do pessoal que organizava as celebrações, preparava a ornamentação da Igreja, e eu os ajudava. A Romaria do Apostolado também ficou marcante na minha vida. Destaco também a convivência com as pessoas, as amizades que surgiram e que ficaram até hoje. Foi uma semente lançada lá atrás e vemos ainda que a distancia jamais separa a verdadeira amizade. Ficamos distantes, mas o coração ficou perto.

Louvo a Deus por ter passado aqui. É uma alegria poder voltar para celebrar a Eucaristia. Fiz questão de, onde exerci meu ministério como seminarista, voltar e celebrar a eucaristia. Fiquei muito feliz ao ver pessoas que fizeram parte da minha história, na minha ordenação sacerdotal, principalmente, daqui de Vera Cruz. A piedade deste povo marcou-me muito , as senhoras piedosas e que estão firmes na fé. Desde aquele tempo, há 6 ou 7 anos quando sai daqui, ainda continuam com o mesmo vigor. Mulheres de fé. Graças a elas, eu cheguei aonde cheguei. Elas me fizeram padre  da oração, através e do testemunho, do exemplo.

Pascom – No momento em que você se sagrava sacerdote, o que se passava no seu íntimo?

Pe. Luiz Henrique – Passaram muitas coisas em meu íntimo naquele momento. Mas o momento que destaco foi quando o bispo ungiu minhas mãos. É emocionante, pois é a hora que realmente estamos sendo consagrados a Deus. Quando passava mostrando as mãos ungidas, olhava para algumas pessoas e me emocionava, porque elas fizeram parte de tudo isso, da minha caminhada. Pensava, no meu íntimo: “cheguei aqui graças a vocês”, “vocês me fizeram sacerdote para sempre”. Quando olhava para as pessoas, pensava: “obrigado, por vocês estarem aqui, neste momento tão especial da minha vida. Estou aqui graças ao carinho e à oração de todos vocês. Na minha ordenação, fiquei muito emocionado com a mensagem da Irmã Paula, que se encontra em Angola e que me orientou muito. Durante a ordenação, lembrava-me da irmã Gabriela, que está na Itália, enferma; da irmã Carla, da irmã Luizinha, que me ensinou o que era ser coroinha, o que era ser padre. Ela sempre me dava conselhos, é uma pessoa fantástica. Até hoje me recordo dos conselhos dela. Passou muita coisa na minha cabeça, mas, principalmente, olhava para as pessoas e passava o filme de minha vida com aquela pessoa, com aquela família e tudo o que eles representam para mim. Uma coisa muito bonita que pude perceber é  que as pessoas participaram da ordenação e rezaram conosco. Isso me deixou muito feliz. Falava, muito, antes com o Pe Júlio, que nossa ordenação teria uma característica oracional, isto é, que as pessoas poderiam celebrar e rezar juntamente com o clero. Com a ordenação pude também celebrar estes 8 anos de caminhada. Fiz amizades,  pessoas me ajudaram e estavam sempre a meu lado nas alegrias, nas tristezas, nos momentos de superação e decisão. Foi motivo de alegria ficar aqui em Vera Cruz este tempo e agora vou exercer meu ministério em Pompéia, neste tempo que Deus me dá. Posso confessar que ficava muito emocionado quando via o carinho desta comunidade para comigo através da internet e dos meios de comunicação social como o facebook. Para mim é motivo de muita alegria estar aqui e celebrar esta eucaristia. Só meu coração sabe o quanto eu estou feliz.

Clique aqui e confira a entrevista que o Pe. Júlio concedeu à Pascom

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