Rivalidade e vaidade enfraquecem a Igreja, diz Papa

Francisco destacou necessidade de agir com concórdia e humildade, sem buscar o interesse próprio.

Rivalidade e vaidade são duas angústias que tornam a Igreja frágil, disse o Papa Francisco, na Missa desta segunda-feira, 3, na Casa Santa Marta. Segundo o Pontífice, é preciso agir com espírito de humildade e concórdia sem procurar o interesse próprio.

Francisco fala aos fiéis sobre importância de não buscar o próprio interesse, e sim o bem do outro / Foto: L’Osservatore Romano

Francisco fala aos fiéis sobre importância de não buscar o próprio interesse, e sim o bem do outro / Foto: L’Osservatore Romano

Partindo da Carta de São Paulo aos Filipenses, Francisco observou que a alegria de um bispo é ver, na sua Igreja, amor, unidade e concórdia. Trata-se de uma graça do Espírito Santo, mas cada um deve fazer a sua parte para ajudar o Espírito nessa harmonia na Igreja. Por isso, São Paulo convida os Filipenses a não fazer nada por rivalidade ou vanglória, não lutar um contra o outro nem mesmo para se fazer ver e parecer melhor que os outros.

“Quantas vezes, nas nossas instituições, na Igreja, nas paróquias, por exemplo, nos colégios, encontramos isso, não? A rivalidade, o fazer-se ver, a vanglória. Vê-se que são dois carunchos que comem a consistência da Igreja, tornam-na frágil. A rivalidade e a vanglória vão contra essa harmonia, essa concórdia. Em vez de rivalidade e vanglória, o que Paulo aconselha? ‘Mas cada um de vós, com toda humildade, considere os outros superiores a si mesmo’. Ele sentia isso. Ele se qualificava ‘não digno de ser chamado apóstolo’, o último.

O Papa citou o exemplo de São Martinho de Lima, humilde frade dominicano, do qual a Igreja faz memória hoje. Ele disse que a espiritualidade do santo estava no serviço, porque sentia que todos os outros, mesmo os maiores pecadores, eram-lhe superiores. Depois, recordou que São Paulo convida cada um a não procurar o interesse próprio.

“Buscar o bem do outro, servir os outros. Essas são as alegrias de um bispo, quando vê a sua Igreja assim: num mesmo acórdão, na mesma caridade, permanecendo unânimes e concordes. Este é o “ar” que Jesus quer na Igreja. Pode-se ter opiniões diversas, tudo bem, mas sempre dentro deste “ar”, desta atmosfera de humildade e caridade, sem desprezar ninguém”.

Referindo-se ao Evangelho do dia, em que Jesus nos convida a fazer o bem a quem não pode retribuir, Francisco disse que é triste ver em paróquias e dioceses pessoas que buscam seus interesses em vez do serviço e do amor. Quando na Igreja há harmonia e unidade, não se busca o próprio interesse, mas há uma atitude de gratuidade, ressaltou o Santo Padre.

O Pontífice conclui a homilia convidando todos a fazerem um exame de consciência, perguntando-se como é sua vida na comunidade, na paróquia, se, de fato, o sentimento é de amor e concórdia, sem rivalidade ou vanglória. “E talvez descobriremos que há algo a melhorar. Eu, hoje, como posso melhorar isso?”.

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